Publicação original feita em julho de 2008:

Breno Mello (7/9/1931 – 11/7/2008)

Queremos fazer uma homenagem ao Breno Mello, pois ele foi um ser humano muito, muito especial.

Por idéia e graça da jornalista Olga Weinheber, quando o convidamos em maio de 1987, para prestarmos uma homenagem a ele no Ponto de Cinema Sesc, ele prontamente acedeu ao nosso convite.
Duros como éramos, o hospedamos em nosso modesto apartamento.

Minha sogra, que o conhecida de tê-lo visto em um cinema no Japão, ficou prá lá de emocionada. Imaginem atravessar imigrante continentes e encontrar em sua casa um ídolo do passado.

Ele com sua simplicidade me acompanhou no périplo de inúmeras entrevistas que deu em POA, obtidas graças ao seu prestígio.

Exibimos a cópia de ORFEU DO CARNAVAL que temos no acervo do PONTO DE CINEMA-CINEMATECA GAÚCHA e que teve na época um relativo sucesso.

Há dois anos, reprisamos no Guion Center Cinemas a mesma cópia avermelhada, fato que não encobriu o seu charme.

Minha experiência com ele foi muito breve, mas rica a ponto de perceber a bagagem emocional do ser humano que viveu experiências que poucos conseguem: a glória dos gramados, a glória das telas (CANNES, OSCAR, festivais), mulheres, o reconhecimento, a bajulação, enfim, um conjunto de emoções que abalariam qualquer mortal.

Mas Breno não, nunca em nosso breve contato ou em entrevistas naqueles dias ou futuras ele deixou transparecer qualquer mágoa pela condição presente, de um modesto trabalhador em Florianópolis. Como querendo dizer “meu passado é meu e ninguém tasca”. E seguia imponente e garboso.

Existem seres humanos que nos impressionam pelo que dizem, por aquilo que escrevem e BRENO MELLO impressionava pelo que era.

NOSSA SAUDADE!

Carlos Schmidt